Um novo ciclo começa…

Há exatos 3 anos eu cheguei na Suíça. Preciso dizer que escrever esse post hoje foi por acaso – mas ao mesmo tempo não foi. É um sinal do universo. E logo você vai entender o porquê.

Era 9 da manhã quando eu caminhava com Miles às margens do lago Lucerna aproveitando um solzinho gostoso e mais quente do que o esperado no outono. Hoje é dia 3 de outubro, e até o fleece que eu usava, precisei tirar.

Fui caminhando e pensando em mil coisas: na paisagem, nas mudanças, nos meus processos internos, nas minhas intenções atuais e, de repente, pensei no blog. Na minha vida “Vamos Pra Onde“. Nesse ciclo de 8 anos que encerrei em dezembro de 2021. Eu tinha uma paixão enorme por falar de viagens. Viagens pra fora – pra outras cidades, outros estados, outros países. Com o tempo, meu conceito de viagem se ampliou e ganhou novas proporções. Com uma especialização em Yoga, comecei uma jornada diferente. O Vamos passou a ter, em 2019, um novo conceito: viagens não só pra fora, mas pra dentro também.

Entre uma foto e outra – porque a paisagem hoje estava deslumbrante e eu não podia deixar de registrar – fui refletindo um pouco mais sobre esse período da minha vida. Sobre o porquê, que apesar de tantas tentativas, eu não conseguia mais me conectar com ele. Quando me mudei pra Suíça, eu experienciei muitos conflitos internos com esse meu trabalho. Eu não sentia que ele vibrava mais na mesma frequência que eu, que os meus novos sonhos, e meus novos propósitos. Eu queria falar sobre comportamento humano. Queria ajudar as pessoas a viverem melhor, a lidarem melhor com suas emoções. A terem mais facilidade em voltar pro equilíbrio. A serem mais felizes. Eu queria estimular coragem. E e não sentia que eu conseguia alcançar isso com o que eu tinha nas mãos.

Foi muito desafiador. Eu sabia que era hora de encerrar esse ciclo, mas eu não conseguia enxergar qual novo ciclo começaria. Eu tinha um desejo, mas eu não conseguia enxergar as opções pra transformá-lo em ação. Eu me senti completamente bloqueada e desconectada de tudo aquilo que eu havia criado e conquistado nos últimos 8 anos. E isso me frustrava porque foram anos lindos. De muito impacto positivo em mim e em milhares de pessoas que me acompanharam.

Foi aí que, depois de ceder às puxadas de coleira do Miles e deixá-lo entrar um pouquinho no lago, me veio um insight sensacional. Foi um momento EUREKA, mesmo. Uma euforia interna. Um momento simples, mas pra mim, tão mágico.

Eu finalmente entendi a conexão de tudo. Foi como se todas essas pontinhas soltas na minha cabeça finalmente tivessem se encaixado.

Meu conceito é movimento. É ele que me guia. Antes, minha vida se concentrava em ir ver. Em viajar. Em me mover para explorar. Agora, eu me movo em direção à mudança. À busca pelo crescimento, pela melhoria.

Eu escrevia sobre VIAJAR (ir, ver o mundo, conhecer o que tem lá fora; olhar pra dentro, e conhecer o que tem dentro de nós também), mas eu mudei. E passei coincidentemente por um processo de mudança geográfica e interna. E agora, eu tenho uma linda oportunidade de escrever exatamente sobre MUDANÇA (para outro país, pra fora da zona de conforto, para uma melhor versão de nós mesmos). Sinto que a palavra que guia a minha essência não se limita a viagem, ela é MOVIMENTO.

Foram exatamente esses 8 anos de descobertas, reflexões e vivências que me guiaram pra mudança. Foi essa jornada que me trouxe onde estou hoje. E foi esse movimento contínuo de descobrir e questionar, que fez florescer uma nova Raquel. E um novo projeto.

E de repente eu me senti em paz. Em equilíbrio. Tudo fez sentido.

Hoje, alguns minutos atrás, resolvi escrever um texto sobre minha mudança pra Suíça e esses últimos 3 anos vivendo fora do Brasil. O título seria “Mudei de país, e agora?” e eu queria uma foto para ilustrar a capa.

Eu me lembrava muito bem da primeira foto que tirei quando cheguei aqui em 2020 – e fui buscá-la no celular. O que eu não lembrava, é que ela havia sido tirada também em 3 de outubro.

Foi exatamente há 3 anos que eu concretizei uma grande mudança física na minha vida, e cheguei no meu novo lar.

Pra mim a simbologia dessa exatidão é que mais um ciclo realmente se encerra. O clico da incerteza, das pontas soltas e do questionamento sobre o significado de tudo que construí. Estou abrindo espaço para um novo movimento. Eu me encontrei. E esse é meu novo projeto sobre MUDANÇA.

Tão logo vi toda essa coincidência, escrevi pra minha amiga Marina Bähr, que tem sido tão essencial nesse processo de reconexão – e é, inclusive, a outra carinha por trás de tudo que está por vir por aqui. Sua resposta foi como um abraço de celebração:

– Se isso não é universo falando com você: “VAI, tá certo!”, não sei de que outra forma ele poderia se comunicar.

Por isso o texto de hoje acabou sendo por acaso – mas ao mesmo tempo não foi. Foi um sinal do universo. E eu me sinto novamente sintonizada com a minha essência pra poder dizer: Obrigada vida, eu recebi a mensagem! E agora lá vamos nós!

Eu não vejo a hora de iniciar as páginas desse capítulo aqui com vocês.

Com carinho,

Quel